Vítimas registraram boletim de ocorrência em Araras (SP) após calote por venda de grãos. Advogada da empresa alega que local foi furtado e passa por dificuldades financeiras.
Produtores rurais de Araras (SP) registraram boletins de ocorrência contra a Cereais Bom Jesus Araras, que deixou de pagar mais de R$ 1,6 milhão pela compra de soja e sorgo. Segundo eles, desde agosto não há retorno da responsável pela empresa, Sônia Luvisotto, e os problemas se arrastam desde 2021.
A advogada da cerealista, Luciene Mesquita, afirmou à EPTV que toneladas de soja teriam desaparecido dos silos entre 2020 e 2022, além de alegar dificuldades financeiras. A Polícia Civil já identificou sete vítimas, mas acredita que o número e o prejuízo possam ser maiores.
Os prejuízos relatados são altos:
– César Fornaro estima perdas acima de R$ 800 mil por quase 6 mil sacas de soja;
– Adilson Pereira dos Santos calcula rombo de R$ 52 mil, afetando contas básicas;
– Paulo Henrique Perin fala em até R$ 130 mil;
– Antônio Osmar Bonato e o filho temem não conseguir custear o próximo plantio;
– Jair Fardel afirma ter perdido entre R$ 600 mil e R$ 700 mil após constatar que parte de suas 20 mil sacas de sorgo armazenadas havia sumido.
Além da falta de pagamento, produtores reclamam da dificuldade de comunicação com Sônia, que chegou a responsabilizar os próprios agricultores pelo atraso, alegando que o banco teria bloqueado recursos após o registro das ocorrências.
A empresa afirma que foi vítima de furto noturno e que busca crédito para quitar as dívidas, prometendo colaborar. Já a Polícia Civil investiga o destino dos grãos e deve ouvir os responsáveis nos próximos dias.
Enquanto aguardam respostas, os produtores vivem incertezas sobre o futuro, pois dependem do pagamento para manter a atividade agrícola.
